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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um ano para ser lembrado no mercado da construção civil brasileira

Um ano para ser lembrado no mercado da construção civil brasileira


Júnia Leticia - Estado de Minas







- O ano de 2011 chegou com a perspectiva de continuar na esteira do crescimento verificado em 2010, mesmo que os números sejam mais tímidos. A utilização de 87% da capacidade instalada da indústria de material de construção e o número recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor – mais de 2,604 milhões – contribuem para o otimismo no mercado.

Os números são da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A expectativa é de que 2011 os números cheguem perto do crescimento percebido em 2010, que só nos primeiros meses do ano registrou acréscimo de 13,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O aquecimento é comprovado pelo faturamento total deflacionado da comercialização de material de construção para o mercado interno – vendas da indústria para o comércio, construtoras ou grandes distribuidores. De acordo com a Abramat, de janeiro a novembro de 2010, houve acréscimo de 11,43% nas vendas da indústria em comparação ao mesmo período do ano anterior.

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Em Minas Gerais, houve alta de 13,7% no PIB da construção no primeiro semestre de 2010, frente a igual período de 2009, conforme divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Especialmente em Belo Horizonte, de janeiro a outubro, observou-se um forte vigor nos lançamentos imobiliários, que alcançaram número recorde na era pós-real.

De acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), apenas de janeiro a outubro do ano passado, foram lançados 4.782 novos apartamentos na capital. Isso representou incremento de 17,06% em relação ao número observado em igual período de 2009 (4.085).

O presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires, confirma que as perspectivas de crescimento para este ano, apesar de menores do que o registrado em 2010, são de, aproximadamente, 6%. “Será um crescimento menor do que o de 2010, porém, ainda positivo. É importante ressaltar que, no ano passado, a expansão do setor, projetada para acima de 11%, se dará em cima de uma base negativa, uma vez que em 2009 o PIB do setor registrou queda de 6,3%.”

Com a carência de terrenos em Belo Horizonte, a alternativa para atender a demanda por novas moradias é a ocupação de áreas em cidades vizinhas, como explica Luiz Pires. Outra opção é o retrofit. “A recuperação das edificações com a transformação do seu uso – de comercial para residencial, por exemplo – é uma das alternativas buscadas pelos construtores. A urbanização de terrenos nas cidades vizinhas é outra solução.”

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais