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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Comprar imóvel para investir é ou não um bom negócio?



São Paulo - “Para o pequeno investidor, imóvel como investimento é complemento de renda e de aposentadoria, tão somente”, opina o presidente do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi/SP), João Crestana, e acrescenta: “Para aqueles que buscam especular, a recomendação é: não comprar. Eles devem permanecer no mercado de papéis, moedas e derivativos”.

A recomendação de Crestana está no contexto de artigo no qual o presidente do Secovi/SP aborda, em especial, a preocupação do setor acerca da possível carência de recursos, no prazo de quatro anos, para apoiar o crédito ao produtor e ao comprador de imóveis.

É justamente a preocupação levantada pelo presidente do Secovi/SP que aponta para o pequeno investidor uma alternativa de investimento imobiliário que não exige o volume total para a compra de um imóvel, e elimina a preocupação com a administração do bem, entre outras facilidades. Trata-se do investimento através de papéis imobiliários, originados em negócios apoiados financeiramente, por exemplos, em fundos imobiliários.


Os fundos imobiliários, na grande maioria, são originados nos Fundos de Pensão. Estes são citados por Crestana como uma das fontes que podem gerar recursos para o crédito à habitação, para a produção e a compra de unidades.

Até atualmente, os empreendimentos disponibilizados para investimento através de papéis são, em especial, corporativos e industriais, tais como escritórios e centros de logística, e também hotéis. Com o movimento de estruturação atualmente percebido no que respeita a estruturação mercadológica para empreendimentos residenciais, é de estimar que, em breve, estes também aumentarão a participação na prateleira disponibilizada pelos papéis imobiliários.


Crestana menciona em seu artigo que os "Fundos de Pensão acumulam mais de R$ 600 bilhões, as reservas técnicas das seguradoras outras centenas de bilhões, e os investidores estrangeiros querem boas alternativas". A menção é aos grandes investidores, que estão na base das oportunidades de investimentos proporcionados também aos pequenos, através, por exemplo, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Investir em CRIs, por exemplo, é decisão que exige do pequeno e inexperiente investidor buscar informações junto às empresas especializadas na comercialização desses papéis, sempre lembrando que este tipo de investimento traz resultados no longo prazo. Para os inexperientes, entusiasmados com os atuais extraordinários números entendidos como valorização imobiliária, os comentários de Crestana em seu artigo servem como alerta.



Escreve o presidente do Secovi/SP: "Aspecto que merece atenção é o reajuste dos preços. De 2005 a 2010, na cidade de São Paulo, o valor médio de área lançada registrou incremento de 62%, enquanto a inflação do (Índice Nacional da Construção Civil) INCC limitou-se a 48%, acumulados no período (de doze meses). Isso se deve ao forte e rápido aquecimento após longos anos de estagnação do setor. Agora, os preços atingiram o limite na escalada de alta e não sofrerão grandes mudanças, meramente acompanhando os índices da inflação e eventuais flutuações tópicas de procura em quarteirões específicos de bairros especiais".

Crestana menciona ainda que, "com a demanda estável, não há tendência de preços inflacionados". Contudo, abre caminho para estimular a reflexão a respeito de investir, se não em imóvel completo, ao menos num "pedacinho" dele: "O cenário futuro é de mercado sólido e estável, sem risco de bolha, pois há demanda e o nosso sistema financeiro é rígido na concessão de créditos para empresários e compradores".

Fonte : R7

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais