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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Setor de imóveis bate recorde mesmo com preços nas alturas

Edição do dia 16/02/2011

16/02/2011 08h56 - Atualizado em 16/02/2011 08h56



Foram mais de R$ 80 bilhões destinados a financiamento no setor. Os preços ainda vão subir por um tempo, segundo analistas.
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Pouca gente está entendendo o que está acontecendo. Tudo bem, o crédito ainda é farto e houve aumento da renda do trabalhador. Mas não tem exagero? Você já viu onde estão os preços dos imóveis? Os preços ainda vão subir por um tempo, segundo analistas. No Rio, por exemplo, há valorização por causa da pacificação dos morros e as obras para a Copa e Olimpíadas. Em São Paulo, é a demanda. Há muita gente procurando. Ainda assim, o número de imóveis financiados bateu um recorde histórico em 2010. Foram mais de R$ 80 bilhões destinados a financiamento no setor.

O salário não sobe assim. Nenhuma aplicação chega perto. Poupança, bolsa, nada.

“Eu vi um apartamento há duas semanas a R$ 280 mil e aí ligaram ontem oferecendo o mesmo apartamento por R$ 340 mil, R$ 60 mil”, conta a jornalista Helena Prado.

A mercadoria é valiosa e de ofuscar o ouro. Helena procura um imóvel há três meses e, à medida que o tempo passa, vai separando mais dinheiro. “A gente aumentou o limite três vezes. Começamos em R$ 250 mil e já estamos em R$ 350 mil”, diz.

Segundo levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), o preço de casas e apartamentos usados na capital paulista subiu até 269% em 2010. Os imóveis novos também vão ficando mais caros - a começar pelo que as construtoras gastam com terrenos.

“Os preços estão subindo também porque os terrenos estão muito caros. Aqui em São Paulo é dificílimo você encontrar uma área disponível a venda por um valor não menor que R$ 5 mil ou R$ 6 mil o metro quadrado”, explica a conselheira do Creci de São Paulo, Rosângela Martinelli.

O brasileiro paga pela sua prosperidade. Mais emprego, mais renda, juros ainda menores do que alguns anos atrás. Tem muita gente interessada para pouco imóvel. O que impulsiona tanta procura são os financiamentos. Aí dá para entender por que falta imóvel e o preço sobe tanto.

Usando dinheiro das poupanças e do fundo de garantia, os bancos emprestaram no ano passado R$ 83 bilhões para compra de imóveis. É 67% mais do que em 2009. Nove vezes mais do que foi emprestado em 2005. Significa financiamento para compra de um milhão de imóveis.

“Os preços foram resultado de uma recuperação de uma década de 1990 muito reprimida. Já em 2000, surgiu o crédito imobiliário, bancos fortes e inflação domada. Mais do que tudo, as famílias com renda. Então, mais de 30 milhões de pessoas com renda e crédito disponível permitiu que mais pessoas comprassem e os preços se recuperaram”, explica João Crestana, presidente do Sindicato de Habitação (Secovi).

Para o Secovi, os preços, agora, devem se estabilizar. Já os corretores de imóveis acham que vão subir mais ainda.

“Ainda há espaço porque ainda existe muita procura por imóveis e ainda não temos uma produção suficiente para atender a toda essa demanda”, conclui Rosângela.

Mesmo com a possibilidade de aumento, para os analistas não existe o risco de crise no setor. Isso porque as regras são rigorosas, o que evitaria inadimplência.
Assista a reportagem no link :http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/02/setor-de-imoveis-bate-recorde-mesmo-com-precos-nas-alturas.html

Fonte : Bom Dia Brasil

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais