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terça-feira, 22 de março de 2011

Secovi-SP: venda de imóveis novos recua 45% em janeiro



Fabiana Holtz - 22/03/2011 - 09:22



A capital paulista registrou em janeiro o menor volume de vendas de imóveis novos desde 2004, com recuo de 45% em relação a igual período do ano anterior, passando de 1.508 para 830 unidades, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Em relação a dezembro, quando foram vendidas 4.960 unidades, o resultado representa queda de 83,3%. Os lançamentos, por outro lado, registraram leve alta de 1,9% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 601 unidades.


Segundo a entidade, a performance reflete um forte efeito da tradicional sazonalidade do período de férias. Em nota, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, considera o recuo pontual e pondera que ainda é cedo para traçar tendências.


Os imóveis com idade máxima de 180 dias desde o lançamento representaram 74% do total comercializado no mês. Vale lembrar que os seis primeiros meses a partir do lançamento tradicionalmente concentram o maior esforço de divulgação do produto. O segmento de dois quartos somou 37% do total comercializado na capital. Imóveis com três dormitórios ficaram com a segunda maior participação, com 31% do total. Já as unidades de quatro dormitórios atingiram participação de 20,4%.


Em termos de área útil, cerca de 36,4% das unidades comercializadas no primeiro mês do ano tinham área útil média entre 46 e 65 metros quadrados. Outros 24,6% possuíam área entre 66 e 85 metros quadrados. O indicador vendas sobre oferta (VSO) da cidade de São Paulo desacelerou de 29,2% em dezembro para 6,7% em janeiro. Em janeiro de 2010, o indicador estava em 11,3%. O VSO expressa a relação entre o volume de unidades vendidas e a oferta existente no mês.


Grande SP


As vendas de imóveis novos caíram 32,5% em janeiro na comparação com igual período do ano anterior na região metropolitana de São Paulo, que engloba 38 cidades e a capital. No período foram comercializados 2.535 imóveis, dos quais 32,7% estavam localizados na capital.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), os lançamentos da região metropolitana somaram 1.610 imóveis no período, com a capital respondendo por 37,3% do total (601 unidades). Enquanto a capital mostrou expansão de 1,9% no número de unidades lançadas em relação a um ano antes, a região metropolitana registrou queda de 4,7%. No segmento de imóveis comerciais, janeiro contou com o lançamento de apenas um empreendimento, com 31 conjuntos, na capital.

Para Celso Petrucci, é nítida a tendência de redução da relevância da cidade de São Paulo nos resultados da região. Até 2006, a capital representava de 74% a 80% do mercado e, desde então, vem passando por um processo gradual de queda de participação. Segundo o Secovi-SP, esse recuo se deve à legislação urbana restritiva da cidade de São Paulo, que diminuiu o potencial de edificação e tem, consequentemente, levado à migração dos empreendimentos para outras cidades.

Fonte: Hoje  em dia

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais