Post do IBEI

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pré-sal inflaciona preços dos imóveis em Santos

AGNALDO BRITO

CAROLINA MATOS

MOACYR LOPES JÚNIOR

DE SÃO PAULO


"Vendo 15 apartamentos e subo a tabela. Vendo 15 e subo a tabela! Nem ponha aí, mas tem um projeto que nem lancei e já vendi 30", diz Roberto Luiz Barroso Filho, sócio da Engeplus, tradicional construtora santista.


O impulso no mercado santista tem feito o método de reajuste de Barroso Filho virar norma entre as construtoras da cidade, até porque o custo para erguer os prédios (do terreno à mão de obra) segue a escalada.

Base da Petrobras para o comando do pré-sal na bacia de Santos e destino de US$ 6 bilhões eminvestimentos para expansão do maior porto do país, a cidade entrou no rol dos municípios com valorização imobiliária que beira a irracionalidade.

Em três anos, o preço de venda do metro quadrado do terreno duplicou, alcançando níveis entre R$ 5.000 e R$ 6.000. Uma área no Valongo -onde a Petrobras vai montar seu QG- agora vale fortunas.

O valor de venda do metro quadrado construído não fica atrás: alta de 100% em três anos. Mas ninguém aposta, por enquanto, que essa corrida esteja inflando uma bolha. É demanda, e firme.

"Não há bolha. Há muita demanda. Essa situação vai perdurar. Santos absorve ainda muitos lançamentos", diz Ricardo Stella, diretor comercial da Trisul. A empresa, que chegou a Santos em 2007, já ergueu dois prédios residenciais -um popular e outro para o público de classe alta. Este na Ponta da Praia, próximo à balsa e à entrada do canal do porto.

A meta da Trisul é lançar mais dois imóveis, um na região noroeste, menos nobre, e outro no bairro Embaré, com 56 unidades.

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress



Operário trabalha na construção de prédio em Santos, litoral sul de SP; mercado descarta bolha imobiliária



Essa corrida produz efeitos. A oferta de terrenos vagos cessou. A solução dos incorporadores tem sido negociar a compra de residências para transformar as áreas em endereços de novos espigões. O método de negociação conduz a uma situação inevitável: comprar terreno agora leva tempo.



"A negociação não é mais com um único dono. Às vezes, é preciso tratar com dez famílias, o que complica muito", diz Ricardo Stella, diretor da Trisul.



LIMITES



A cidade ruma para os limites da ocupação do território. A situação geográfica é um problema.



A maior parte de Santos fica no continente, onde 90% da área tem exigência de preservação ou de conservação ambiental e não pode ser ocupada.



Na ilha, há um último espaço onde ainda existem terrenos disponíveis: a zona noroeste. Um projeto do poder público -governos municipal, estadual e federal, em parceria com o Banco Mundial- para revitalização transformou a região em novo alvo das construtoras. É o derradeiro.


Fonte : folha .com

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais