por Fábio Portela em Imóveis
Alguns leitores sugeriram que eu utilizasse o índice divulgado pelo Sindicato da Habitação (SECOVI-DF) para acompanhar a evolução do mercado de imóveis em Brasília, por considerarem equivocada a metodologia equivocada. Embora, à primeira vista, eu tenha relutado em aceitar a utilização do índice, já que muitos dos SECOVI do país, assim como vários representantes das construtoras, têm adotado a perspectiva de que o crescimento no mercado de imóveis visto nos últimos anos é plenamente sustentável e duradouro. Mas decidi estudar o boletim divulgado mensalmente pelo SECOVI-DF e percebi que, em linhas gerais, ele tem refletido uma realidade muito próxima dos estudos feitos a partir dos dados do WImóveis.
1. O índice SECOVI-DF de acompanhamento da evolução do mercado de imóveis em Brasília
Assim, a partir de agora, utilizarei o boletim do SECOVI-DF como base de dados para o acompanhamento do crescimento do mercado imobiliário da capital do país. O boletim tem acompanhado a evolução do mercado de imóveis brasiliense de junho do ano passado para cá, o que já permite extrair algumas conclusões interessantes. Tendo em vista os dados disponíveis na base, acompanharei a evolução do mercado nas seguintes localidades: Brasília (Asa Norte, Asa Sul e Sudoeste), Águas Claras, Guará e Taguatinga. Vejamos, por região, o que tem acontecido ao longo dos últimos meses.
1. Valorização
Legenda: Preto: valorização. Roxo: anomalia estatística. Vermelho: desvalorização.
Como você pode observar, os preços médios dos imóveis na zona central de Brasília, composta por Asa Norte, Asa Sul e Sudoeste, variaram bastante conforme o tipo de imóvel. As quitinetes se valorizaram 10,44% em 7 meses; os apartamentos de 01 quarto se desvalorizaram 24,34% em média; os de dois quartos tiveram valorização de 15,36%; os de três quartos, por sua vez, se valorizaram 7,48%; e os apartamentos de quatro quartos, por sua vez, se valorizaram 4,44%.
O impressionante resultado negativo dos apartamentos de 01 quarto de Brasília se deveu, provavelmente, a uma anomalia; o preço médio dos apartamentos desse tipo em junho de 2010 era de R$ 417.825,00, e em nenhum dos meses seguintes o valor dos apartamentos de 01 quarto passou de R$ 320.000,00. Ou seja, provavelmente o preço inicial foi uma anomalia estatística, que deveria ser desconsiderada no estudo.
Em média, os apartamentos de Brasília se valorizaram 2,68% entre junho e dezembro de 2010. Se desconsiderarmos a desvalorização de 24,34% dos apartamentos de um quarto, a valorização já passa para 9,43% no período, ou 1,3% ao mês.
Outro fator digno de nota é que, como já identificamos nos estudos anteriores, em algumas unidades é possível notar desvalorização média bastante significativa. As unidades de quatro quartos da asa sul, por exemplo, sofreram uma desvalorização média no período de 7,69%, por exemplo.
Mas também houve unidades com valorização bastante expressiva, como as unidades de 2 quartos em Águas Claras (19,98%), ou os de 4 quartos no Guará (13,85%).
Apesar da valorização média expressiva dos imóveis em algumas regiões, também é digno de nota que a média normal (excluídas as zonas em que houve valorização ou desvalorização anômala) foi de apenas 7,18%, ou 1% ao mês (cerca de 13% ao ano). Trata-se de um retorno bastante atraente, mas muito inferior aos valores que têm sido divulgados pelas corretoras de imóveis e incorporadoras, que têm alardeado retornos próximos a 25% ao ano.
2. Relação média entre aluguel e preço dos imóveis: a realidade do mercado imobiliário do DF
O leitor que tem acompanhado nossas análises já sabe que utilizamos como critério de avaliação da razoabilidade da situação imobiliária a relação entre o valor anual médio pago em aluguéis e o preço do imóvel. Em média, esta relação deve estar na casa dos 6%, a fim de expressar uma rentabilidade adequada para os imóveis. Como os estudos anteriores já mostravam, essa relação está bastante abaixo dos 6% também nos dados divulgados pelo SECOVI-DF:
Como você pode observar, algumas regiões estão com uma relação bastante próxima de 6% – a saber, as quitinetes na Asa Sul, Asa Norte, Águas Claras e Taguatinga, assim como os apartamentos de 01 quarto em Águas Claras. Nos estudos passado, os imóveis menores também eram os que tinham a melhor relação de rentabilidade. Em outras palavras, quem pretende comprar um imóvel para investir e ganhar mais com alugueis deveria privilegiar a compra de quitinetes. Apartamentos maiores têm uma rentabilidade inferior e, além disso, tendem a se valorizar mais devagar. Lembre-se de que dobrar o valor de um apartamento que custa R$ 100.000 é muito mais fácil do que dobrar o valor de imóveis que custam R$ 2.000.000,00!!
Fonte : O pequeno Investidor
sexta-feira, 25 de março de 2011
Índice SECOVI – Mercado Imobiliário de Brasília | imóveis
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Paulo Viana Cunha
às
06:59
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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I
Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.
Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais
Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais
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