Post do IBEI

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mercado de imóveis sente falta de profissionais qualificados para a função


No mercado imobiliário de Belo Horizonte e região metropolitana, existem cerca de 6.000 corretores de imóveis e há mais 2.000 vagas abertas. Os números do diretor-secretário do Conselho Regional dos Corretores Imobiliários (Creci-MG), Vinícius Ângelo Araújo, mostram o momento de explosão do mercado imobiliário e a falta de mão de obra, principalmente a qualificada, que chega a ganhar até R$ 40 mil mensais. "Sobram vagas. Hoje, o mercado absorve mais corretores", diz.


Ele explica que a renda mensal do corretor vai depender de seu desempenho e do poder de negociação. O profissional da área recebe comissões sobre as vendas. "Eu conheço corretores com pouquíssimo tempo de profissão que hoje têm salários bastante expressivos, acima de R$ 20 mil, como tem corretores com muito tempo de mercado que ganham pouco. Tudo depende do envolvimento dele com o trabalho", observou o especialista, para quem o sucesso de um profissional se faz no conjunto de detalhes.


É o caso da corretora da Gribel Pactual Marina Munhoz, que ganhou R$ 25 mil em dezembro, com a venda de quatro apartamentos de R$ 800 mil. Com curso superior de cuidador de idosos, Marina migrou para a corretagem de imóveis há três anos. "Sempre gostei de independência, faço horário, salário, sempre com o objetivo de vender todo mês", conta sobre sua rotina.

Adversidades

No primeiro ano de profissão, Marina registrou uma receita de R$ 40 mil. Mas agora, os tempos são outros. Ela já vendeu apartamento de R$ 1,2 milhão, com comissão de 0,8%. "Construí uma casa e comprei um carro. Antes dessa profissão, eu não tinha nada. Morava com minha mãe", lembra.


Mas a atividade tem adversidades. "O corretor entra e vê todo mundo ganhando dinheiro, mas não é bem assim, a gente também ouve muito não", explica Marina que, no futuro, quer comprar apartamentos na planta para depois revendê-los na entrega das chaves.


A dona da imobiliária que leva seu nome, Miriam Dayrell, lembra que, há alguns anos, o mercado de Belo Horizonte era desconhecido e não tão procurado. "Hoje temos jovens corretores com retiradas mensais de R$ 4.000 a R$ 5.000, mas um corretor top ganha R$ 30 mil", conta Miriam, que destaca a dedicação, a disponibilidade e o registro no Creci como essenciais.


Para o diretor do Creci-MG, Vinícius Ângelo, a continuidade do bom momento do mercado depende dmanutenção de linhas de crédito com juros reduzidos.


Até médico está virando consultor

O diretor de negócios corporativos da GPO Netimóveis, Marcelo da Costa Borges, 44, não revela o salário, mas garante que o corretor especializado, com pelo menos cinco anos de profissão, ultrapassa ganhos de R$ 20 mil mensais. “Eu mexia com o mercado de moda”, conta Marcelo, há 12 anos no setor imobiliário.Um “consultor imobiliário”, como ele prefere chamar o corretor, recebe , em média, de R$ 5.000 a R6.000 mensais.



Os ganhos já estão seduzindo profissionais de várias áreas. “Recebemos currículos todos os dias. Tem engenheiro, médico, dentista, advogado, gerente de banco, arquiteto e psicólogo”, informa Marcelo, que admite estar difícil encontrar profissional preparado.



Ganhos

O corretor da Millenium Imóveis Ítalo Felipe Oliveira, 22, vai assumir, ainda neste mês, a gerência de vendas da imobiliária, no bairro Ouro Preto.

Com apenas um ano e três meses de atividade, Ítalo já conseguiu ganhos de R$ 12 mil, com a venda de quatro imóveis em fevereiro. “Já tinha amigos que atuavam na área, vi que era um ramo interessante”, disse ele, que, em janeiro, obteve ganhos de R$ 4.000.

Ítalo admite que a profissão não é fácil. “Já vi corretor entrar e ficar seis meses sem vender”, conta. Ele aconselha muita dedicação, sem horário fixo de jornada. "Você é o dono do seu trabalho, tem que ter disciplina", disse. Para ele, está faltando corretor, mas não há lugar para aventureiros.

Notícias do Mercado Imobiliário, em 19/03/11

Fonte : Sindimoveismg

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais