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terça-feira, 15 de março de 2011

Use o crédito para realizar sonhos, mas não perca o sono




São Paulo, SP - A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgou (14, março) pesquisa sobre a variação das taxas de juros. O resultado: fevereiro (2011) apresentou a menor taxa média geral para pessoa física (6,73% ao mês; 118,49% ao ano), desde outubro de 2010; e, para pessoa jurídica, a menor (3,86% ao mês; 57,54% ao ano) desde dezembro de 2010.



Diante do recuo das taxas de juros – na contramão do pretendido pelo governo para reduzir a inflação, a Anefac recomenda: “use o crédito com moderação e conscientemente”. Para auxiliar nesta prática, a associação estimula reflexões e oferece sugestões, conforme a seguir.



O sistema financeiro vem expandindo cada vez mais o crédito às empresas e às pessoas físicas, contribuindo assim com o desenvolvimento econômico do Brasil. Este crescimento do volume de crédito tenderá a se acentuar nos próximos meses e anos, em virtude do crescimento econômico.



Com crédito, os mercados se desenvolvem, as empresas investem, ampliam suas vendas, geram empregos e as pessoas antecipam a realização de seus sonhos. É preciso que você saiba como usar o crédito para melhorar a sua vida sem gerar problemas, motivo pelo qual listamos abaixo algumas informações e recomendações.



Primeiramente, organize a sua vida financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de definir quais são as suas reais necessidades, e de planejar todos os seus gastos - considerando sempre a sua renda disponível e não a renda disponível mais o crédito, ou seja: os seus gastos têm que caber dentro de seu salário.



Preferencialmente, gaste menos do que tem de renda, como forma de ter uma reserva financeira para fazer frente aos eventuais gastos extras; ou até para planejar a compra de algum bem no futuro.



Lembre-se que toda vez que você gasta mais do que ganha ficará inadimplente e, com isso, sujeito a todas as conseqüências de ter o nome negativado. Chegando a tanto, você não terá acesso a qualquer tipo de crédito; ou terá que recorrer a empréstimos e assumir o pagamento de juros.



As taxas de juros se encontram em patamares elevados no país, seja pelo baixo volume de crédito disponível, que representa hoje 46,5% do Produto Interno Bruto (PIB), quando a média internacional passa de 100%; ou ainda pelos custos que incidam sobre as taxas.



Como referência, vale registrar que, quando o consumidor faz um empréstimo, a taxa de juros é assim composta:



Custo de captação do banco – O dinheiro que banco empresta às pessoas físicas ou jurídicas, com raras exceções é originado em recursos de terceiros (aplicadores). O valor que o banco paga a estes aplicadores é tecnicamente chamado de custo de capitação. A referência para o cálculo é a taxa Selic.



Cunha fiscal – Este termo compreende os impostos da intermediação financeira, mais o compulsório - dinheiro que os bancos devem depositar no Banco Central, e que não pode ser emprestado para pessoa física, nem para pessoa jurídica.



Despesas administrativas – Custos decorrentes da rotina dos bancos, tais como pagamento de funcionários e manutenção das agências.



Risco – Custo da inadimplência dos empréstimos.



Margem líquida da instituição – Lucro do banco, ou o que resulta para a instituição financeira, após dedução dos valores absorvidos pelos itens acima.



Destacamos que as taxas de juros são livres, estipuladas pela própria instituição financeira, não existindo qualquer controle de preços ou tetos pelos valores cobrados.



A única obrigatoriedade que a instituição financeira tem é informar ao cliente interessado no crédito quais as taxas que lhe serão cobradas.



Tendo em vista existirem expressivas variações entre as taxas de juros nas diversas instituições financeiras, recomendamos:



• Quando da contratação de um financiamento, pesquise sempre a taxa de juros e demais acréscimos;



• Evite comprometer demasiadamente seu orçamento com dívidas;



• Evite empréstimos de longo prazo, pois estes embutem custos maiores;



• Evite entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial, que possuem as maiores taxas de juros;



• O cheque especial não é renda e deve ser utilizado por um período curto e emergencial. Se tiver necessidade de usar este limite por um período maior, procure a sua instituição financeira e faça um empréstimo pessoal (que tem custos menores) para liquidar o cheque especial;



• Existem linhas de crédito mais baratas, como o micro crédito - que tem taxa de 2% ao mês; penhor de jóias da Caixa Econômica Federal; crédito consignado com desconto em folha. Caso necessite de crédito, veja a possibilidade destes empréstimos, para os quais são praticados juros menores, em relação a outras linhas.



Comentário: a linha de crédito consignado (desconto em folha de pagamento ou benefício do INSS) atinge hoje mais de R$ 139 bilhões, correspondendo a 60,5% do total do crédito pessoal concedido por instituições financeiras, privadas e públicas.



• Necessitando de crédito para pagar uma dívida, e não tendo condições de contratá-lo, não a deixe crescer ainda mais, por conta dos juros de mora e multas. Procure o credor de sua dívida e proponha uma renegociação do prazo e das taxas de juros, em uma condição que consiga cumprir;



• Se possível, adie suas compras para juntar o dinheiro e comprar a vista, evitando os juros. Entretanto, caso não seja possível esperar, pesquise muito, barganhe e compre para quitação no menor prazo possível (quanto menor o prazo, menor a incidência de juros).



• Resumindo, use o crédito com moderação e conscientemente.





Como diz a campanha de uma grande instituição financeira privada, abordando o uso consciente: “O crédito foi feito para você realizar seus sonhos, não para tirar seu sono”.



Conteúdo produzido pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
fonte :R7

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais