Post do IBEI

quinta-feira, 31 de março de 2011

Um incorporador está interessado em construir no teu imóvel?

INCORPORADORA.


Um incorporador está interessado em construir no teu imóvel?


Surgiram dúvidas sobre como formalizar a negociação?

Vou rascunhar aqui algumas informações que podem responder, ao menos em parte, estas questões.

Antes de mais nada, a documentação do imóvel e das partes envolvidas devem ser conferida à exaustão, assim, como se deve analisar as características do solo e as questões sócio ambientais e urbanas, mas digamos que todos estas barreiras sejam ultrapassadas e as partes tenham se acertado acerca do valor da negociação, vou sugerir algumas transações possíveis.

1)PAGAMENTO POR PERMUTA.


A opção mais usual para esta situação é o terreneiro permutar o valor do terreno por unidades edificadas, para tanto as partes farão um pré-contrato de compromisso de compra e venda (uma espécie de ‘contrato de gaveta‘), em seguida quando a incorporação estiver apta a ser registrada a incorporadora emite um Nota Promissória pro soluto e subscreve um contrato de compromisso de compra e venda.


Paralelamente à escritura de compra e venda é firmada uma confissão de dívida com pagamento em moeda corrente do valor ou através de dação de pagamento – caracterizando a permuta, neste último caso.


Outra opção é a da permuta com torna, na qual o incorporador disponibilizará algumas unidades mais “x” reais de pagamento pelo terreno – tudo ajustado na confissão, com o que o registro do imóvel fica limpo para o incorporador seguir seu rumo.


Nesta opção o terreneiro pode ficar liberado, pois se protege frente a terceiros por defeitos da obra ou danos que a edificação possa causar aos compradores das unidades.

No entanto, se o terreneiro pretender que o pagamento do terreno se dê através da entrega de ‘y%’ do faturamento, aparentemente o o terreneiro ganhará mais, no entanto estará inserido no risco do negócio e, deve, pois responder por ele.


2) PAGAMENTO MEDIANTE A CRIAÇÃO DE UMA SPE.

A incorporadora e o terreneiro se unem e criam uma sociedade de propósito específico, comumente chamada de SPE.

A SPE terá um CNPJ próprio, portanto obrigações e direitos bem identificáveis.

O terreneiro e o incorporador, cada qual receberá sua parte, conforme ajuste acerca da distribuição dos lucros.

A vantagem da SPE é que esta negociação é bem vista pelos bancos, portanto com ela o incorporador conseguirá melhor seu acesso a linhas de crédito para realizar a obra.

3) POR MANDATO.

Esta forma também é conhecida como sociedade em conta de participação. Embora se utiliza o termo sociedade, na verdade não há uma sociedade personificada, pois ela somente terá validade com relação aos sócios.

4) CONSÓRCIO.


Com a criação de um consórcio a empresa e o terreneiro têm suas obrigações bem distintas e agem com transparência, pois o consumidor sabe qual empresa é a líder .

O fisco também se beneficia desta transparência, pois cada parte terá uma situação tributária bem distinta uma da outra.

5) CONTRATO PARA CONSTRUÇÃO DO PROGRAMA MCMV.

No programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), há procedimento distintos:



- para imóveis comercializados na faixa salarial de 0- 3 salário mínimos: quem compra o terreno é a caixa Econômica Federal, a qual paga o valor da avaliação diretamente ao terreneiro e ao incorporador o valor da edificação;



- para imóveis destinados a consumidores com faixa salarial de 3-10 salários mínimos: o procedimento é norma, porém com um ente financiador, o qual paga o terreno diretamente ao proprietário e o edificação ao incorporador.



A vantagem de pagar direto ao terreneiro é vantajoso ao incorporador, o qual se assim não fosse teria um aumento da PIS/COFINS.



Nesta hipótese de negociação pode acontecer da CEF avaliar o terreno num valor inferior ao pretendido pelo terreneiro, como resolver este impasse?



Bom eu repasso a sugestão do Professor Marcelo M. de Almeida, o qual sugere formular um contrato em paralelo entre o incorporador e proprietário, através do qual o terreneiro receberá do incorporador o pagamento de até X reais por metro quadrado, no caso da CEF avaliar o imóvel por preço inferior ao pretendido.



As sugestões estão ai, basta agora identificar o perfil do terreneiro e do incorporador para saber, qual opção seguir.




Silvia Letícia Tenfen Goedert


Fonte:http://www.tributobrasileiro.com.br/

3 comentários:

  1. Existe uma promessa de compra e venda em registro público com nota promissória " pro soluto ", porém o comprador não resgatou a nota promissória por falta de pagamento.Deixou um procurador para concretizar a compra na pretensão da escritura definitiva. O outogante quer o imóvel de volta e não dá a quitação.O comprador e a sua esposa faleceram deixando três herdeiros.O procurador do comprador concorda com a atitude dos outorgantes e quer resolver de formas amigável, sem ir por meios judiciais. Pode rescindir esse contrato por meio de cartório, outro registro público rescindindo a promessa de compra e venda?

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  2. Olá,


    Tenho um terreno de 1600m² em Guarulhos e uma construtora, me ofereceu 6 apartamentos, dos 45 que farão no local. Diz que cada um custará R$200 mil.

    Conversei com um tabelião da cidade e o mesmo disse que qualquer documento, não teria valor para realizar essa permuta, caso o construtor não fizesse um "seguro bancário" em meu nome.

    O seguro-garantia é o tipo de seguro mencionado acima? Vocês fazem? Como posso saber maiores detalhes para não levar um "calote" caso o construtor não cumpra o contrato?
    IMPORTANTE: Como me previno de não ser responsabilizado contra terceiros, caso a incorporadora não entregue o que vendeu?

    Muito obrigado.

    Abraços,

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  3. Olá,
    Preciso de um modelo de contrato firmado entre eu dono do terreno um construtor mais um investidor.
    O terreno está avaliado em 60 mil, com previsão de 60 mil para edificar um residência. Onde no final o terreno vai ser vendido por aproximadamente 160 mil. O lucro será a diferença entre o valor do terreno + custo da obra - valor da venda final. Assim será dividido o lucro, 40% para o dono do terreno 40% para o investidor e 20% para a construtora.
    Por favor como faço para contratar uma assessoria, pode me mandar um email para contato.

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais