Post do IBEI

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Apartamentos com valor abaixo de R$ 100 mil desaparecem em BH em 2010

Cecilia Kruel - Estado de Minas






Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press


Mesmo com o bom desempenho do setor imobiliário em 2010, os interessados em adquirir um apartamento novo em Belo Horizonte no ano passado encontraram um mercado caro, apesar do aumento das ofertas. É o que revela uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) e divulgada nesta quinta-feira pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Segundo os dados da pesquisa, o número de apartamento vendidos na capital mineira foi de 6,2 mil unidades, uma queda de 50 unidade registrada nas vendas do ano anterior. Mesmo com a pequena queda, o destaque ficou para as vendas de apartamento abaixo de R$ 100 mil, que caiu 99,82% no ano passado, na comparação com 2009. De acordo com o levantamento, em 2010 foram vendidas apenas três unidades nessa faixa de valor, comparados aos quase 1,7 mil negociadas no ano anterior.

O maior aumento nas vendas foi dos imóveis valendo entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, com crescimento de 45,38% na mesma comparação. Em seguida estão os apartamento com valor acima de R$ 500 mil, com alta de 37,71%. Na avaliação dos especialistas do Ipead, o aumento no faturamento do setor imobiliário e o aumento na oferta de crédito para os consumidores na economia foi responsável pelo desaparecimento dos imóveis de baixo custo na capital.

O número de apartamento lançados no mercado no ano teve o melhor desempenho, desde 1995, com 5.792 novas unidades ofertadas. O pior desempenho do mercado imobiliário no lançamento de novos imóveis foi em 2005, quando foram oferecidos somente 1.298 unidade em Belo Horizonte.

Classe média em alta

O bairros considerados de classe média pelo instituto foram os que mais atraíram os consumidores, com crescimento de 108% nas vendas e um crescimento na oferta impressionante de mais de 10.500%. Já o número de unidades vendidas em bairros populares no ano passado caiu quase 25%, informou o Ipead. Mas a queda não se destaca somente nos bairro mais humildes. Nas regiões luxuosas de BH, houve queda nas vendas de quase 30% no período.

O bairro Castelo, na tradicional Região da Pampulha, apresentou o melhor desempenho nas vendas de apartamentos novos no ano passado, com 1,213 mil unidades negociadas. O bairro Buritis, na Região Oeste, seguiu a tendência dos bairros de classe média e apresentou o segundo melhor desempenhos nas vendas no período, com 632 unidades negociadas.

Na planta

O número de apartamentos vendidos ainda na planta apresentaram crescimento em 2010 de 9,26%, na comparação com o ano anterior. Já as unidades ainda em construção, que possuem o maior número de negociações, apresentaram queda de 24,17% nas vendas do período.

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais