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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Preço de imóveis em São Paulo sobe 79% em três anos


Novo indicador da Fipe mostra que tendência se repetiu em outras cidades; no Rio de Janeiro, metro quadrado praticamente dobrou
Klinger Portella, iG São Paulo | 17/02/2011 05:42
Imóveis de alto padrão em São Paulo: metro quadrado médio na capital paulista custa R$ 4.858
O preço dos imóveis anunciados na cidade de São Paulo subiu 79% nos últimos três anos. No Rio de Janeiro, a variação no mesmo período foi ainda maior: de 95%. Os números fazem parte do Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados, que será lançado nesta quinta-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Zap Imóveis.

Segundo Eduardo Zylberstajn, coordenador do levantamento, trata-se do índice “mais abrangente de preço de imóveis que começou a ser calculado no País”. “Usamos o anúncio de vendas e aluguel e tomamos como base o preço que é pedido”, diz ele.

Em janeiro, o índice de preços de imóveis teve alta de 1,8%. O desempenho é menor que o observado em dezembro de 2010, quando a valorização foi de 2,1%. Apesar da desaceleração, ainda não é possível falar em tendência de queda nos preços, segundo o coordenador do levantamento. “Em janeiro, houve uma redução pequena na taxa de crescimento. Ainda não temos uma série história tão longa para auferir um comportamento sazonal, mas essa baixa não é explicada por uma mudança de tendência”, diz Zylberstajn.

De acordo com o índice FipeZap, no acumulado dos 12 últimos meses, os preços dos imóveis na cidade de São Paulo tiveram alta de 24%, enquanto, no Rio de Janeiro, a valorização foi de 40,5%. Em Belo Horizonte, o indicador saltou 16,6%. Apesar disso, o metro quadrado mais caro do País ficou com o Distrito Federal (R$ 7.004), seguido por Rio de Janeiro (R$ 5.655) e São Paulo (R$ 4.858).

Na análise mensal, as três capitais responderam pelas maiores altas no preço dos imóveis. Rio de Janeiro (2,8%), Belo Horizonte (2,2%) e São Paulo (1,7%) encabeçaram a lista das valorizações. Salvador, com 0,3%, e Distrito Federal e Recife, ambos com 0,8%, também tiveram elevação dos preços. A exceção ficou com Fortaleza, onde o metro quadrado se desvalorizou 0,4% entre dezembro e janeiro.

O indicador também mede a variação entre o preço do metro quadrado de locação e de venda. Em São Paulo, a taxa de aluguel foi de 0,58%, enquanto, no Rio de Janeiro, foi de 0,45%. “Há um ano, esses valores eram respectivamente 0,62% e 0,49%”, informou a Fipe.

Dormitórios

Na análise por dormitórios, no conjunto das sete regiões pesquisadas, as maiores altas ficaram com imóveis de dois e quatro dormitórios, com 1,9% de valorização cada, em janeiro deste ano. Para os imóveis com um quarto, a alta foi de 1,5%, enquanto, para três quartos, a valorização foi de 1,8%.

No acumulado desde 2008, em São Paulo, os imóveis com um e dois dormitórios tiveram variação de 88% nos preços, enquanto os de 3 dormitórios subiram 72% e os de quatro dormitórios ou mais, 56%. “No Rio de Janeiro, esses números são, respectivamente, 105%, 95%, 91% e 75%”.

Regiões

Na cidade de São Paulo, a região da Fazenda Morumbi – Jóquei Clube respondeu pelo metro quadrado mais valorizado, com R$ 7.592. Jardim Paulistano (R$ 7.578), Ibirapuera - Nova Conceição (R$ 7.397), Chácara Itaim (R$ 6.433) e Vila Olímpia (R$ 6.247) completam a lista.

Na outra ponta da tabela, a Vila Carmosina tem o metro quadrado mais barato da capital paulista, com R$ 2.187. Em seguida aparecem Artur Alvim (R$ 2.372), Itaquera (R$ 2.380), Capão Redondo (R$ 2.447) e Cangaíba - Engenheiro Goulart (R$ 2.548).

“Como um todo, observamos que há regiões com valorização expressiva e outras com valor ainda muito baixo. Há uma desigualdade não só na renda, mas também no valor dos imóveis”, afirma Eduardo Zylberstajn.

No Rio de Janeiro, o metro quadrado mais valorizado está no Leblon (R$ 12.051), Ipanema (R$ 12.027), Lagoa (R$ 9.599), Gávea (R$ 8.953) e Urca (R$ 8.331). Os menores preços, por sua vez, estão no Guadalupe (R$ 819), Anchieta (R$ 844), Pavuna (R$ 1.051), Padre Miguel (R$ 1.125), Senador Camara (R$ 1.163).

Quanto custa o metro quadrado?
Compare os preços nas sete regiões pesquisadas pelo Índice FipeZap

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais