Post do IBEI

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Precauções à mineira

Humberto Siqueira - Estado de Minas





Cartilha da casa própria atualizada traz informações sobre formas de aquisição de imóvel e dá dicas sobre cuidados especiais que o consumidor deve ter quando compra na planta

Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press

O diretor da ABMH, Lúcio de Queiroz Delfino, alerta que é importante ter todas as informações sobre o imóvel pretendido

A experiência acumulada ao longo dos anos no atendimento aos mutuários detentores de financiamentos em andamento e àqueles que desejam comprar a casa própria faz da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) uma instituição com know-how no assunto. Com o intuito de organizar e disseminar esse conhecimento acumulado, a entidade atualizou e ampliou sua cartilha da casa própria.

A edição deste ano traz desde a história do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) no país até valiosas informações sobre formas de aquisição da casa própria e os cuidados especiais quando se compra na planta. Informa ainda as razões e as finalidades do seguro habitacional e ensina quando e como utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O diretor da ABMH, Lúcio de Queiroz Delfino, diz ser importante programar a compra da casa própria, que pode ser feita obedecendo a alguns passos. "O primeiro é verificar qual o crédito limite aprovado pelo banco, para saber o valor do imóvel que poderá ser adquirido. É importante ter consciência de que a realidade financeira é que vai definir o padrão de imóvel. Deve-se procurá-lo dentro de suas necessidades reais. Por exemplo, se a família é formada por um casal e um filho, então, que compre um imóvel de dois quartos, e não de três", diz.

É importante que se conheça bem o imóvel antes de assinar o contrato, visitando-o em horários diferentes do dia, para ver a realidade do local, tais como a segurança e a vizinhança. Informe-se a respeito de odores desagradáveis, desapropriações, vazamentos, desabamentos e inundações. Considere também a valorização futura, valor de revenda, posição do imóvel em relação ao sol e, principalmente, como você se sentiu dentro dele. Afinal, você pode morar nele por muitos anos.

Certifique-se de que todas as promessas de propagandas foram cumpridas, principalmente no que se refere a material, metragem e acabamento. Consulte também o Cadastro de Reclamações Fundamentadas ou o banco de dados do Procon para tomar conhecimento da existência de reclamações contra a entidade incorporadora, construtora ou vendedora.

Verifique a documentação do imóvel a ser financiado. Estando o financiamento pré-aprovado e a unidade habitacional encontrada, o elo entre o contrato e o imóvel passa pela documentação, que, se não estiver em conformidade com o exigido pelo agente financeiro, impede a concretização da aquisição. Por fim, procure ter o acompanhamento de um especialista para analisar toda a documentação e, em especial, o contrato de financiamento para esclarecimento de dúvidas.

DOCUMENTOS

A cartilha aponta ainda cuidados extras ao comprar um imóvel na planta, como visitar outros empreendimentos do construtor para verificar a existência de problemas. Na falta do Habite-se, é interessante verificar os documentos relativos ao terreno, arquivados no cartório de registro de imóveis. Nele, é possível conferir a metragem, o registro da incorporação, além de informações sobre a situação jurídica.

Exija do vendedor cópia do projeto arquitetônico aprovado pela prefeitura (alvará de construção). Ao visitar a obra, compare o material usado com aquele que consta no memorial descritivo e guarde todos os documentos relacionados ao empreendimento. Em caso de vício de construção ou não cumprimento do contrato, procure um advogado. O Código de Defesa do Consumidor prevê prazo de cinco anos para acionar o construtor, contados a partir da data em que o proprietário tomou ciência do problema.

Fuja do financiamento direto com o construtor. Os juros, que, em média, ficam em torno de 6% a 8% ao ano para imóveis de até R$ 130 mil, são de 12% nos contratos de promessa de compra e venda (diretos com o construtor), proibida, em qualquer hipótese, a cobrança de juros sobre juros. Neles, a correção monetária é feita por índices como INPC, IGP-M, CUB, entre outros, enquanto a correção no SFH é feita pela TR, que, nos últimos anos, tem ficado em torno de 2% ao ano, praticamente um terço do INPC, por exemplo.

Ainda com relação à correção monetária, é importante lembrar que, por lei, durante a construção do imóvel a construtora só pode corrigir os valores das parcelas mensais pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC). Os demais índices são considerados ilegais.

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais