Post do IBEI

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tutela cautelar pode impedir leilão de imóvel




Brasília - No julgamento de Recurso Repetitivo (Resp 1.067.237/SP), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que, em se tratando de contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), enquanto a dívida permanecer na Justiça “poderá ser suspensa a execução extrajudicial” do imóvel.

A condicionante para encaminhar a ação, de acordo com o STJ, é que sejam preenchidos os requisitos para a concessão da tutela cautelar, independente de caução ou de depósitos de valores incontroversos. Valor incontroverso corresponde à obrigação do mutuário em continuar pagando o valor principal do financiamento, mesmo quando o imóvel é objeto de ação extrajudicial.

Além da condicionante, o STJ acrescenta que para acionar a tutela cautelar é necessário existir “discussão judicial contestando a existência integral ou parcial do débito, ou ainda, quando a discussão esteja fundamentada em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal”.

“Pode ser um freio ao abuso dos bancos” - Comentando o parecer do STJ, o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, comemora a decisão.

"O julgado consolida o direito constitucional de acesso ao Judiciário para os mutuários do SFH. Estima-se que, todos os meses, pelo menos cinco mil leilões são realizados por esta modalidade (execução extrajudicial), sendo que este posicionamento do STJ, já adotado pelos Tribunais Regional Federais, pode frear o abuso dos bancos".

Tardin diz que os mutuários do SFH sofrem com a capitalização de juros em seus contratos. “Com isto, pode haver o aumento da prestação, ocasionando um descompasso com sua renda”, analisa o presidente do Ibedec.

"Na eventualidade de ficar inadimplente por mais de três parcelas, o mutuário que contrata financiamento sob as normas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) pode ter o imóvel executado para pagamento da dívida. Por esta forma de execução, o banco notifica o mutuário a pagar a dívida em 20 dias. O não atendimento à notificação permite ao banco proceder imediatamente ao leilão extrajudicial, direito que lhe é concedido pelo Decreto-Lei nº 70/66", conforme Tardin.

“Ocorre que os bancos vêm lançando mão desta forma de leilão, mesmo quando o mutuário está questionando o contrato na Justiça, e procedendo ao pagamento das parcelas através de depósito judicial”, alerta.

Mutuários interessados em esclarecimentos sobre este e outros assuntos relacionados à defesa do consumidor podem contatar o Ibedec pelo telefone (61) 3345-2492; ou e-mail: ibedec@ibedec.org.br
Fonte : R7

Um comentário:

  1. Olá...
    Minha sogra fez um financiamento na caixa (Minha casa, minha vida, está pagando a 4 anos já! Ela financiou 70 mil e já quitou 43. Está com as parcelas em dia...todavia, ela recebeu recentemente que sua casa havia sido vendida em um leilão! (Detalhe: o leilão foi realizado se ela saber, e em outra cidade.)
    Ela está sem entender...precionaram é claro, para sairem do imovel.
    mas isso é legal?
    sinceramente...se isso ocorre licitamente, essa história de "minha casa, minha vida" é apenas um roubo autorizado!

    Ela ficará sem casa e sem o dinheiro que já foi pago?
    quais as medidas, se houver, que devem ser tomadas para ela ressarcir-se!?
    Ela disse que pretende mover uma ação contra o banco, querendo a casa e ainda que eles custeiem todo o constrangimento que ela passou, em ter que arrumar uma casa de aluguel as pressas, mudança e tudo!
    Aguardo respostas.
    Desde já obrigada.

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais