Post do IBEI

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Investindo em Imóveis

Por InfoMoney, InfoMoney



Apesar de muitas pessoas considerarem o investimento em imóveis como conservador, na verdade existe um risco considerável associado a este tipo de aplicação, pois trata-se de um investimento de grande porte com baixa liquidez. Rentabilidade Riscos Liquidez Custos Fundos imobiliários Residencial ou comercial?

Assim como nos demais investimentos, é preciso analisar com cuidado o retorno e o risco associado no investimento em imóveis. Quanto ao retorno das aplicações, elas são determinadas com base no valor do aluguel que pode receber pelo imóvel e no potencial de valorização da propriedade. Dependendo das características do imóvel, os ganhos com aluguel ficam entre 0,80% e 1,20% ao mês, antes do desconto de impostos. Os impostos são recolhidos com base no carnê-leão, cujas alíquotas são de 15% e 27,5%, dependendo do valor do aluguel. Além disso, é preciso pagar uma taxa para a corretora que alugou o imóvel, de cerca 10% do valor do aluguel. Já o potencial de valorização da propriedade na hora da venda é imprevisível e depende das condições do mercado e do imóvel em questão. Veja abaixo dicas de como valorizar seu imóvel.

O risco de se investir em imóveis não é tão baixo como imagina a maior parte das pessoas, pois além de se tratar de um bem de valor considerável, existe o risco de inadimplência no caso do aluguel, isto sem falar no risco de não conseguir alugar o imóvel por algum tempo e ter que arcar sozinho com todas as despesas de manutenção. Outro fator a ser considerado é o custo de manutenção, principalmente no caso de imóveis mais antigos, que por sua vez acaba refletindo no valor do próprio imóvel, que tende a ser mais baixo. Os altos custos de manutenção dos imóveis mais antigos implicam na chamada depreciação do valor do imóvel, isto é, na redução do preço de venda.

O maior problema das aplicações em imóveis é exatamente sua baixa liquidez. Ao contrário da aplicação em fundos, que você pode sacar a cada 30 dias, no investimento em imóvel você precisa encontrar um comprador, o que pode levar algum tempo.

Exatamente por isto, a aplicação em imóveis é destinada para quem pretende aplicar no médio e longo prazos, assim, nunca aplique em imóveis o dinheiro que vai precisar para pagar contas, pois você pode acabar tendo problemas sérios para gerir seu orçamento. Se o dinheiro que você pretende investir na compra do imóvel representar mais do que 30% das suas economias, então você deve ter certeza que é um excelente negócio, pois não vale a pena colocar muitos ovos na mesma cesta!

Outro aspecto importante deste tipo de aplicação são os custos, que podem acabar pensando no seu bolso, principalmente aqueles que se referem à manutenção dos imóveis. Some tudo na ponta do lápis, não se esqueça de nada, desde o condomínio, até os gastos com a faxineira para manter o imóvel limpo quando ainda não estiver alugado. Não se esqueça dos impostos e taxas, e na hora de alugar é importante fazer um contrato detalhando a responsabilidade pelos custos de manutenção do imóvel, só assim você evita disputas e dores de cabeça.

Não se esqueça também dos custos associados com a compra e/ou venda de um imóvel, como, por exemplo, corretagem, escritura, registro em cartório e imposto de transmissão. Os altos custos associados ao investimento em imóveis são a principal razão pela qual eles são considerados investimentos de longo prazo.

Para quem gosta de investir em imóveis, mas não dispõe de tempo ou de recursos necessários para ingressar no mercado tradicional, os fundos imobiliários certamente podem ser uma boa opção de investimento. Até então restritos aos grandes investidores, os fundos imobiliários estão cada vez mais se popularizando com o aumento da participação dos pequenos investidores.

Aplicar em fundos imobiliário é relativamente simples. Basta comprar cotas do fundo, da mesma forma que é feita com os fundos de investimento. Nessa categoria, a maior parte dos investidores tem um perfil mais conservador e aplica o dinheiro no longo prazo. Relativamente recentes, os fundos foram criados há cerca de nove anos e são regulamentados pela CVM (Comissão de Valores Imobiliários).

A legislação estabelece que pelo menos 75% dos recursos destes fundos, também conhecidos como patrimônio, devem estar aplicados em bens e direitos imobiliários, o que inclui desde empreendimentos em construção até imóveis já concluídos. O excedente, que não é usado na incorporação dos imóveis, deve ser aplicado em ativos de renda fixa, o que aumenta a liquidez do investimento sem alterar o risco embutido neste tipo de aplicação.

A rentabilidade do investimento se origina na venda das cotas que constituem o fundo ou no recebimento dos direitos sobre os imóveis, como aluguéis e concessões, abrindo possibilidades de ganho em diversas áreas deste setor. Existem basicamente dois tipos de fundos: aqueles que envolvem imóveis ainda em construção, que são conhecidos como fundos de empreendimentos e mais arriscados, e os fundos de arrendamento, é menos arriscada, pois como os imóveis já estão concluídos onde o investidor nada mais faz do que receber um aluguel pela locação do imóvel. A rentabilidade varia entre 1% e 1,5% ao mês, para prazos de rendimento que variam entre dois e três anos. Apesar de muitos fundos ainda possuírem aplicações mínimas relativamente altas, já é possível encontrar fundos cuja aplicação mínima pode ser de R$ 5 mil.

Não há como negar que uma das grandes dores de cabeça das aplicações em imóveis é a administração das propriedades. Quem gosta de ter que lidar com inquilino que atrasa, problemas de manutenção do imóvel ou documentação? Este é exatamente um dos grandes apelos dos fundos imobiliários, onde a administração do imóvel agregado ao fundo não é de responsabilidade do investidor, mas feita por profissionais do setor.

Desta forma, todas as operações relacionadas aos termos de compra, venda e arrendamento, assim como os gastos com manutenção, impostos e documentação do imóvel são de obrigação da instituição que está à frente do fundo. Com isso, você não precisa se preocupar com a administração do estabelecimento, próprias do mercado tradicional de imóveis.

Para quem gosta de aplicar diretamente em imóveis, ao invés de optar pelos fundos, na hora de escolher o tipo de imóvel para investir dê preferência para os imóveis comerciais e residenciais. Já os investimentos em terrenos, fazendas, sítios e casa de praia devem ser vistos com mais cautela, pois tendem a demorar mais para valorizar e porque a liquidez do mercado é menor ainda, isto é, mais gente quer casa para morar do que terreno ou sítio.

Com relação aos imóveis comerciais, prefira os que são usados para escritórios e lojas. Para quem preferir escritórios, é preciso ficar atento às instalações, hoje em dia, os avanços da tecnologia são tantos que não investir em imóvel inteligente, isto é, que tem instalações que permitam acesso à internet banda larga, etc. pode não valer a pena. A opção deve ser pelos imóveis de menor tamanho, pois assim você consegue diversificar melhor o risco, e porque é mais fácil alugar. Ao invés de ter um escritório de 500 m2, prefira cinco de 100m2, o risco de todos ficarem sem alugar ao mesmo tempo é bem menor do que no imóvel grande. Já nas lojas, prefira os imóveis que estão dentro de shopping centers, onde o retorno e liquidez do investimento são maior.

Já no caso dos imóveis residenciais, os chamados flats, pequenos apartamentos com serviços, são a melhor opção. Nestes casos prefira os imóveis que fazem parte de um "pool de locação", pois você recebe a média de ocupação do empreendimento, com menores custos de gestão. O mercado brasileiro ainda não é bastante desenvolvido como investimento, pois a legislação do inquilino ainda é bastante favorável ao inquilino, o que, em alguns casos, dificulta a retomada do imóvel. Pense que uma briga na Justiça para receber aluguéis atrasados pode acabar corroendo ainda mais os ganhos da sua aplicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Responderei o mais rápido Possivel

Participe do grupo Estudos Imobiliários
E-mail:
Visitar este grupo
Participe : Da discussão sobre a lei de uso e ocupação do solo Pl820

ShareThis

DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais