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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ricardo Santo
Quem comprou imóvel financiado pelo SFH tem direito à cobertura do seguro por danos físicos ao imóvel (DFI) Chuva: donos de imóveis financiados podem ser indenizados
Redação
A chuva traz muita preocupação, principalmente para aquelas pessoas que possuem um imóvel em área de risco. As chuvas podem causar alagamentos, desabamentos, prejuízos financeiros e perdas irreparáveis. Por conta disso, é preciso estudar muito bem a região onde se pretende comprar ou alugar uma casa. A dica também vale para os aluguéis de temporada.



“Além de todos os cuidados neste momento, principalmente com a documentação, é necessário verificar as condições e a localização do imóvel, para não ser surpreendido com a inundação na época das chuvas”, ressalta o advogado e presidente da Associação Brasileira dos Mutuários de Habitação (ABMH), Richarde Mamede.

De acordo com a Defesa Civil, os locais que mais sofrem com as chuvas são aqueles sob encostas de morros inclinados ou à beira de rios ou córregos (ainda que canalizados). Essas regiões são denominadas de áreas de risco.

Segundo o advogado e diretor da ABMH, Lúcio Delfino, o ideal é escolher um imóvel longe dessas áreas, evitando proximidades com locais expostos a esses tipos de desastres.

No entanto, quem comprou um imóvel financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), nessas localidades, tem direito à cobertura do seguro por danos físicos ao imóvel (DFI), obrigatório nesta modalidade de crédito, além do direito de ser indenizado em caso de incêndio, explosão, desmoronamento total, desmoronamento parcial, destruição ou desabamento de paredes, vigas ou outro elemento estrutural que ameace o desmoronamento.


Destelhamento - causado por fortes ventos ou granizos, inundações ou alagamentos, decorrentes das chuvas - também deve ser ressarcido. “Se o imóvel se tornar inabitável, o seguro cobre o pagamento das prestações até que o segurado seja indenizado”, afirma Delfino. Neste caso, o sinistro deve ser imediatamente comunicado - por escrito - à seguradora ou ao banco que concedeu o financiamento.

Fonte: Associação Brasileira dos Mutuários de Habitação (ABMH)

Sem o seguro, é possível recorrer à reparação pelo Estado

E para quem não possui o seguro, a saída é requerer a reparação dos prejuízos pelo Estado, desde que os danos sejam por conta da falta de uma obra ou serviço necessário à contenção da inundação ou alagamento e isso esteja devidamente comprovado. Trata-se da ‘responsabilidade objetiva’ prevista no art. 37, § 6º, da Constituição Federal e art. 43 do Código Civil, que obrigam o Poder Público a indenizar os danos causados por suas ações ou omissões. Nessa linha, considerando que o alagamento de vias públicas se deve à falta de obras e serviços públicos, os prejudicados têm o direito à indenização.


É importante adotar medidas para não ser prejudicado

• Tire fotos ou filme (até mesmo pelo celular) as cenas do sinistro e dos danos.
• Se realizar algum reparo, faça 3 orçamentos prévios e opte pelo mais barato, solicitando sempre a nota fiscal dos produtos e dos serviços prestados.
• O requerimento à Seguradora deve ser feito por escrito, com protocolo de recebimento, no prazo de no máximo 1 ano.
• Procure e guarde notícias sobre o ocorrido, principalmente em jornais, revistas e na internet.


Imóvel pode ser isentado do IPTU

Quem teve a casa alagada pelas chuvas e prejuízos como a perda de móveis, pode pedir isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) por um ano em São Paulo. A medida está prevista na lei 14.493 de 2007:

• O contribuinte deverá pedir isenção do imposto na subprefeitura de seu bairro por problemas provocados em instalações elétricas, hidráulicas, destruição de alimentos, móveis e eletrodomésticos;
• O pedido poderá ser feito pelo proprietário ou pelo inquilino, desde que este possua procuração específica para esta finalidade do proprietário do imóvel;
• A subprefeitura fará um relatório no qual constará a relação de todos os imóveis prejudicados pelas enchentes. A avaliação será encaminhada à Secretaria de Finanças para análise:
• Após análise, a Secretaria de Finanças poderá devolver automaticamente o tributo pago ou o valor da diferença – para aqueles que devem acima de R$ 20 mil.

Serviço

A ABMH disponibiliza assessoria jurídica gratuita. Informações pelo site da associação: www.abmh.org.br.

Fonte:mêtro news

2 comentários:

  1. Dr Paulo, bom dia!
    Pago financiamento habitacional há apenas 7 meses e no dia 14/02 minha casa foi totalmente inundada em Curitiba. Perdi muitos móveis, fotos, documentos, roupas, eletrodomésticos e eletrônicos.
    A CEF alega não liberar financiamento em área de risco, mas o financimaneto foi liberado. Houve omissão sobre o fato tanto pela Imobiliária (que comprei o imóvel) quanto pela antiga proprietária. Entramos com o processo para o ressarcimento do seguro na CEF, mas ainda não obtivemos respostas.Qual outros passos devemos tomar nesse caso? Podemos pedir a troca de imóvel já que nos sentimos inseguros desde então? A quem devemos processar por todos os danos que tivemos?

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  2. Prezada Sra.,

    O melhor a fazer é procurar um advogado especializado, sediado em sua cidade.

    Para poder opinar sobre a questão, de forma responsável, é indispensável conhecer o contrato de financiamento (que geralmente é o contrato de compra e venda, padrão da CEF, que foi registrado no cartório de registro de imóveis), bem como outros detalhes do fato a ser investigado.

    É possível que o Municio tenha responsabilidade sobre os danos.

    Não acho viável a troca do imóvel, embora o produto possa conter defeito insanável, que possibilite a rescisão do contrato junto à Construtora e devolução do valor pago.

    Isso tudo deve ser analisado conjuntamente, por um profissional advogado, devidamente registrado na OAB/PR, aí em Curitiba.

    Ele será a pessoa correta para lhe informar de seus direitos.

    Boa sorte.

    Paulo Viana.

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais