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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Imóvel econômico lidera mercado no interior de SP



São Paulo - Nos últimos três anos, os imóveis com dois dormitórios, sem elevador; e com dois dormitórios, tipo econômico lideraram os lançamentos no interior de São Paulo, de acordo com o Estudo do Mercado Imobiliário do Interior, encomendado pelo Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi/SP). De acordo com a entidade, a tendência pode ter sido motivada pelas facilidades na concessão de crédito imobiliário, o programa Minha Casa, Minha Vida e o aumento da renda das famílias das classes C e D.

O levantamento, elaborado por Robert Michel Zarif Assessoria Econômica, em parceria com a vice-presidência do Interior e o departamento de Economia e Estatística do Secovi/SP, contemplou empreendimentos residenciais verticais. A pesquisa foi realizada nos municípios de São José do Rio Preto (período janeiro de 2007 a maio de 2010), Campinas (fevereiro de 2007 a julho de 2010), Sorocaba (julho de 2007 a setembro de 2010), Jundiaí (abril de 2007 a novembro de 2010) e Bauru (janeiro de 2004 a janeiro de 2011).

Nos períodos analisados, os lançamentos dos imóveis econômicos com dois dormitórios totalizaram 47,1% em São José do Rio Preto (1.556 unidades); 42,2% em Campinas (8.358 unidades); 57,2% em Sorocaba (5.740 unidades); 33,8% em Jundiaí (3.744 unidades); e 42,4% em Bauru (2.033 unidades).

Unidades de 46 m² a 65 m² representaram o maior número de lançamentos e vendas, com exceção para São José do Rio Preto, onde foi registrado número superior de lançamentos que ofertaram unidades com até 45 m².

O valor do m2 dos imóveis situou entre R$ 2 mil a R$ 2,3 mil, de acordo com o município, sendo em Campinas o mais elevado; e Sorocaba e São José do Rio Preto o mais baixo. Nos segmentos tradicionais, o preço oscilou entre R$ 2,4 mil a R$ 4,9 mil, de acordo com o município, localização e padrão.

O número de lançamentos nos períodos analisados soma 3.298 unidades em São José do Rio Preto; 19.773 unidades em Campinas; 10.039 unidades em Sorocaba; 11.066 unidades em Jundiaí; e 4.799 unidades em Bauru.

Tendências do mercado imobiliário nacional – Em 2011, conforme estimativa do Secovi/SP, no mercado imobiliário nacional devem permanecer estáveis os lançamentos e as vendas de imóveis de luxo, bem como daqueles voltados para a classe média alta.

O Secovi/SP estima também que unidades populares manterão destaque, porém haverá necessidade de maior agilidade na liberação do crédito. Para conquistar este perfil de clientela, o sindicato é de opinião que as empresas devem implementar novas tecnologias construtivas, e criar estratégias diferenciadas de marketing.

O crédito e o novo modelo de urbe - Ainda, o sindicato patronal do setor prevê volume de crédito imobiliário superior a R$ 65 bilhões, originados em recursos da caderneta, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

A fim de atender ao volume crescente de financiamentos, “o segmento continuará a pleitear a racionalização da análise de processos nos municípios, com informatização e transparência; a integração dos procedimentos burocráticos das três esferas de governo, com eliminação de duplicidade – especialmente no meio ambiente”, pleiteia o Secovi/SP.

São também pleiteados: “a formação de comitês de avaliação dos procedimentos burocráticos com representantes do governo e da iniciativa privada; a modernização adequada da fiscalização, com atuação rápida e transparente; e o aperfeiçoamento do contexto jurídico, para dar maior segurança a todos, com redução de custos”.

“Nos próximos 12 anos – avalia o sindicato, o Brasil vai precisar de 900 milhões de metros quadrados de terrenos urbanos para construir algo em torno de 24 milhões de moradias, conforme prognóstico do Construbusiness Fiesp 2010. Para suprir tal demanda, será necessário um reposicionamento geral dos conceitos das políticas de desenvolvimento urbano, até então alicerçadas na defesa intransigente do espraiamento das cidades, em oposição ao adensamento”.

A solução para os novos tempos, opina o Secovi SP/S, são as “cidades compactas, com trabalho, moradia e lazer próximos, solucionando, em boa parte, os problemas de mobilidade, modelo adotado mundialmente. O estabelecimento de boas regras de ocupação urbana - compacta e sustentável - é a forma de manter o sucesso das políticas de desenvolvimento imobiliário e das cidades”, finaliza a entidade.

Fonte:R7

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais