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quinta-feira, 3 de março de 2011

Imóvel em BH fica menor e mais caro





Geórgea Choucair - Estado de Minas




Média de preço dos apartamentos vendidos na capital passa de R$ 160 mil para R$ 237 mil em 2 anos, alta de 48%. Mas, no período, área das unidades negociadas "encolhe" 8 metros

Túlio Santos/Esp. EM/D.A Press

Em bairros de padrão luxo, como o Belvedere, o reajuste no valor do metro quadrado chegou a 74,6%

O apartamento novo ou usado em Belo Horizonte está mais caro e mais apertado. O preço subiu, mas o tamanho diminuiu. Os valores das unidades residenciais novas e usadas na capital tiveram alta média de 48,2% em dois anos. O preço médio, de R$ 160,07 mil em 2008, saltou para R$ 237,26 mil no ano passado, segundo pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário, Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead/UFMG). Enquanto isso, o tamanho das unidades comercializadas teve queda média de 7%, passando de 125,8 metros quadrados para 117,7m² no período.

A escassez de mão de obra, a alta dos valores dos terrenos e do material de construção justificam a elevação dos preços de imóveis na capital, segundo especialistas. "Para compensar esse reajuste de preço e tornar as unidades mais acessíveis, alguns projetos de apartamentos podem estar com áreas menores", afirma Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da CMI-MG. Ele explica ainda que houve aumento no volume de transações no segmento popular, o que ajuda a reduzir o tamanho médio das unidades comercializadas.

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Se a comparação for feita em um período maior, é possível verificar valorização ainda mais intensa das unidades. De 2004 a 2010, os preços dos apartamentos tiveram alta de 150% na capital. O valor médio das unidades comercializadas passou de R$ 94,97 mil para R$ 237,26 mil. O levantamento da pesquisa foi feito com base nas emissões do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de 2010. "O acesso ao financiamento cresceu muito desde 2005", observa Ariano de Paula.

IMPACTO

De 2009 para 2010, o preço médio do metro quadrado dos imóveis vendidos em BH passou de R$ 1.636 para R$ 2.138. A alta foi de 30,7%. No entanto, a pesquisa apontou que o aumento desse valor chegou a 72,36% nos últimos dois anos. O preço médio saltou de R$ 1.240 em 2008 para R$ 2.138 no ano passado. Os maiores reajustes ocorreram nos bairros de padrão médio e luxo (veja quadro). "Nos bairros de luxo o preço do terreno subiu muito. Isso acabou impactando no valor das unidades", ressalta Ariano de Paula.

O valor médio do metro quadrado do lote vago foi de R$ 372,42 em dezembro do ano passado na capital, alta de 19,2% em relação ao mesmo mês de 2008. "O preço do terreno subiu e o aproveitamento caiu", ressalta Paulo Tavares, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-MG). "Com a nova lei de uso e ocupação do solo, o aproveitamento dos terrenos caiu 35% na Região Centro-sul da capital. Essa mudança na legislação foi feita para estimular a construção de unidades em outras regiões", observa.

O mercado imobiliário movimentou cerca de R$ 7,07 bilhões de janeiro a dezembro de 2010, com 31.746 imóveis comercializados, revela a pesquisa. Apartamentos e casas geraram negócios da ordem de R$ 5,93 bilhões, somando 24.960 imóveis vendidos. A venda de apartamentos subiu de 18.463 unidades (em 2009) para 20.827 (2010), com negócios gerados de R$ 3,5 bilhões e R$ 4,9 bilhões, respectivamente. No segmento de casas, em 2009, foram negociadas 4.405 unidades e, no ano passado, esse número caiu para 4.133. Já o valor total

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DESAPROPRIAÇÃO DA AVENIDA PEDRO I

Paulo Viana Cunha é advogado especializado em negócios imobiliários. Representando comerciantes da região, formou Comissão de Moradores e Comerciantes da Av. Pedro 1º, com objetivo de conhecer os projetos e debater, com a comunidade e o Poder Público Municipal, algumas alternativas que atendam ao interesse público, com menor impacto para a Comunidade local.Os interessados podem contatar a Comissão pelo Telefone (31) 2551-2718.


Ares de mudança começam a rondar, pelo menos no papel, o entorno da Avenida Pedro I, que corta as regiões Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte. A prefeitura decretou de utilidade pública, para fins de desapropriação, cerca de 240 imóveis no Bairro Santa Branca, na primeira região. Publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), a decisão é um importante passo para duplicar a via e implantar o Transporte Rápido por Ônibus (BRT, bus rapid transit, em inglês). Junto das avenidas Pedro II/Carlos Luz e Cristiano Machado, o corredor Antônio Carlos/Pedro I vai receber o novo sistema, principal aposta do poder público para agilizar o trânsito na capital, visando a Copa do Mundo de 2014. Inspirado no metrô, o sistema conta com pistas exclusivas para os coletivos, plataformas em nível, pagamento da tarifa antes do embarque, além de ônibus articulados. Apenas para preparar o caminho para o novo modelo de transporte, a prefeitura calcula um gasto de R$ 180 milhões em desapropriações, além dos R$ 217,7 milhões da duplicação. O projeto total é orçado em R$ 700 milhões. Pela previsão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), as desapropriações, que vão ocorrer, sobretudo no sentido Centro/bairro, começam em janeiro e as máquinas entram em campo dois meses depois. Já em setembro, a BHTrans, empresa que gerencia o tráfego da capital, decide qual consultoria dará apoio à execução das obras de requalificação da Pedro I. Atualmente, a via tem duas pistas de duas faixas em cada sentido, e será duplicada em toda sua extensão. São cerca de 3,5 quilômetros, compreendidos entre as avenidas Portugal e Vilarinho. A obra amplia em 27 metros a via, por onde circulam cerca de 45 mil veículos diariamente. O corredor ganha mais uma pista, com duas faixas por sentido, exclusiva para transporte coletivo. Depois de concluída esta primeira fase, será iniciada de fato a implantação do BRT, com a construção de estações de embarque e desembarque de passageiros, além de terminal de integração com outras linhas. A previsão é que no segundo semestre de 2012 a população já possa circular nos ônibus articulados, nos moldes de capitais como Curitiba e Bogotá (Colômbia). INDENIZAÇÃO A notícia deixa em alerta quem mora ou trabalha nas proximidades da avenida, consagrada pelo comércio de automóveis e materiais de construção. Apesar de não ter havido proposta formal, proprietários de imóveis temem receber valor aquém ao de mercado, aquecido pela especulação imobiliária. Já os inquilinos lamentam abandonar a avenida, e outros respiram aliviados, com a desapropriação parcial do terreno, dando oportunidade de permanecer no ponto. Preocupados com as mudanças, moradores e comerciantes formaram comissão para acompanhar todo processo. A discussão foi, inclusive, pauta de audiência pública na Câmara Municipal esta semana. De acordo com o advogado da Comissão dos Moradores e Comerciantes da Pedro I, Paulo Viana Cunha, a principal preocupação é em relação ao preço a ser pago pelos imóveis. “Além de desapropriar, em muitos casos, a medida mata o negócio. E a prefeitura já disse que não pagará a indenização para fins de comércio”, ressalta. Segundo ele, moradores também questionam a poluição do ar e sonora trazida pela obra. Essas questões serão discutidas, segunda-feira, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam). Especulação eleva preços Há mais de 30 anos na Avenida Pedro I, na altura do Bairro Santa Branca, Região da Pampulha, a Pujal Autopeças passou ilesa pela primeira duplicação da via, quando o comandante dos negócios era ainda o pai de Marcelo Marques Teixeira, que divide a gerência da loja com mais dois irmãos. Desta vez, eles estão na lista de desapropriação e, de malas prontas, lamentam a mudança forçada para nova sede, no bairro vizinho, o Santa Mônica. “Vamos perder muito com a mudança. Queríamos ir para a Avenida Portugal, aqui perto, mas a especulação aumentou demais. O preço está fora da realidade. Tem terreno de 1 mil metros quadrados valendo R$ 1 milhão”, comenta. A expectativa é conseguir receber da prefeitura valor compatível com o investimento de uma vida. “O ponto aqui é sem comparação”, afirma. Se, para os comerciantes, a preocupação é o sustento, para os moradores a dor de cabeça é a perda da tranquilidade. A contabilista Sirley Nascimento, de 37, sofre com os engarrafamentos diários e reconhece a importância da duplicação, mas também teme impactos negativos das intervenções. “Não sabemos se a estrutura do prédio vai aguentar. Pelo projeto, vai passar um viaduto bem ao lado”, reclama a moradora. O prédio fica às margens da avenida, bem em frente ao Parque Municipal Lagoa do Nado, área verde que não sofrerá alterações com a obra. (FA) *Publicado em: 27/08/2010 / Estado de Minas / Gerais